Vaticano, 6 de out de 2022 às 08:53
“Os santos são pérolas preciosas; estão sempre vivos e são atuais, nunca perdem o valor, porque representam um fascinante comentário do Evangelho”, disse o papa Francisco hoje (6) durante um encontro no Vaticano com os participantes do Congresso "Santidade Hoje", organizado pelo Dicastério para as Causas dos Santos.
No início de seu discurso, Francisco recordou que o chamado à santidade “está no centro do Concílio Vaticano II, que dedicou um capítulo inteiro da Lumen gentium à vocação universal à santidade”.
Esse capítulo diz que “munidos de tantos e tão grandes meios de salvação, todos os fiéis, seja qual for a sua condição ou estado, são chamados pelo Senhor à perfeição do Pai, cada um por seu caminho”.
O papa disse então que "ainda hoje é importante descobrir a santidade no povo santo de Deus: nos pais que criam os filhos com amor, nos homens e mulheres que fazem com dedicação o seu trabalho cotidiano, nas pessoas que enfrentam a doença, nos idosos que continuam sorrindo e oferecendo sabedoria”.
“O testemunho de uma conduta cristã virtuosa, vivida hoje por tantos discípulos do Senhor, é para todos nós um convite a responder pessoalmente ao chamado a ser santos”, disse.
Para o papa, “a santidade não é um programa de esforços e renúncias; é, sobretudo, a experiência de ser amado por Deus, de receber gratuitamente o seu amor, a sua misericórdia”.
"Este dom divino abre-nos à gratidão e permite-nos experimentar uma grande alegria, que não é a emoção de um momento ou um simples otimismo humano, mas a certeza de poder enfrentar tudo com a graça e a audácia que vêm de Deus", disse o papa. “Sem esta alegria, a fé se reduz a um exercício opressor e triste; mas tendo a ‘cara amarrada’ não se chega a ser santo, é preciso um coração generoso e aberto à esperança”.
“O novo beato João Paulo I dá-nos um exemplo desta santidade rica de bom humor. Para os adolescentes e jovens, o beato Carlo Acutis também é um modelo de alegria cristã. E a perfeita alegria de são Francisco de Assis sempre nos edifica em seu paradoxo”, continuou o papa.
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"Os santos não vêm de um mundo paralelo, são dotados, pela graça divina, de uma inegável percepção espiritual para identificar e reconhecer na existência concreta de alguns batizados a vivência heroica de virtudes cristãs”.
Francisco também disse que a "fama da santidade" é genuína "quando resiste às mudanças do tempo, às modas do momento, e sempre gera efeitos salutares para todos, como podemos ver na piedade popular".
“No uso dos meios digitais, em particular das redes sociais, pode existir o risco de forçamento ou mistificação ditada por interesses menos nobres. Por isso, é necessário um discernimento sábio e perceptivo por parte de todos aqueles que se preocupam em avaliar a qualidade da fama de santidade”.
“Espero que as reflexões e exigências de seu congresso possam ajudar a Igreja e a sociedade a acolher os sinais de santidade que o Senhor não cessa de suscitar, às vezes também pelos caminhos menos esperados”, concluiu o papa Francisco.
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